Angola torna-se o membro mais recente da rede GBIF

Um projeto liderado pelo GBIF Portugal e o programa financiado pela UE tiveram ambos um papel fundamental no caminho que levou a que o maior país africano de língua portuguesa se tornasse membro

Acanthoplus longipes
Armoured ground-cricket (Acanthoplus longipes) observed near Sumbe, Angola by Luis Querido. Photo via iNaturalist, licensed under CC BY-NC 4.0.

A República de Angola tornou-se membro do GBIF como país participante, através da assinatura do Memorando de Entendimento (MOU), segundo a autorização directa do Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço. Esta entrada expande a rede GBIF em África para um total de 21 países, ultrapassando a Europa como maior região do GBIF.

A participação formal de Angola tem as suas raizes no projecto do Programa de Aumento de Suporte e Capacitação liderado pelo GBIF Portugal que teve como propósito promover a rede junto dos Países Africanos de Língua Portuguesa. O sétimo maior país africano é também o décimo membro a juntar-se como resultado direto do programa Informação sobre Biodiversidade para o Desenvolvimento (BID) financiado pela União Europeia e liderado pelo GBIF.

"As nossas coleções e instituições detêm um vasto potencial de partilha de informação sobre biodiversidade," disse Domingos da Silva Neto, do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola (MESCTI). "Como membro GBIF, Angola pretende assumir a responsabilidade pelos mecanismos que ajudam as instituições que detêm dados a partilhar a informação com a rede GBIF. Esperamos que a contribuição conjunta de Angola e da comunidade científica internacional possa criar sinergias para a a transformação tecnológica que vá ao encontro das necessidades da sociedade."

"Damos os parabéns a Angola e estamos muito contentes por ver o membro mais recente da rede GBIF expandir a comunidade de países de língua portuguesa," disse Rui Figueira, investigador do Instituto Superior de Agronomia e coodenador do GBIF Portugal. "O Nó Português tem o compromisso estratégico de promover o envolvimento dos países lusófonos no GBIF, o que está alinhado com o aumento do suporte do GBIF a múltiplas línguas. A entrada de Angola cria grandes oportunidades para as instituições científicas de Portugal e de outros países em estabelecer parcerias em iniciativas de aumento de capacitação."

Adicionalmente às mais de 43 000 ocorrências de espécies adicinadas recentemente pelo projeto BID, os utilizadores do GBIF.org têm acesso a mais de 263 000 registos sobre biodiversidade de Angola publicados por 194 instituições de 33 países e regiões.

As contribuições mais notáveis provêm dos conjuntos de dados do Herbário LISC e Registos Bibliográficos de Mamíferos de Angola, publicados pelo Instituto de Investigação Científica Tropical, a anterior instituição de acolhimento do GBIF Portugal. Três dos conjuntos de dados relacionados com o BID fazem parte das sete maiores fontes de dados para Angola, em paralelo com o eBird e o Museu de História Natural, de Londres.