Monitoramento da taxocenose de anfíbios no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba
Citation
Woitovicz Cardoso M, Fernandes da Silva D, Henrique Moreira de Sousa Pinna P, Ribeiro Miguel I, de Oliveira Guimarães S, Fernando Freitas do Carmo L, Luiz Florentino Borges E (2018). Monitoramento da taxocenose de anfíbios no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. Version 1.1. Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira - SiBBr. Metadata dataset https://doi.org/10.15468/uzgivv accessed via GBIF.org on 2024-03-29.Description
A herpetofauna da Mata Atlântica abriga 543 espécies de anfíbios (mais de 7% das espécies atuais), 472 das quais são endêmicas desse bioma. Pouco se conhece sobre a fauna de vertebrados em restingas, sendo que dados relativos à riqueza e composição de comunidades de anfíbios podem ser reunidos através de monitoramentos e inventários em campo. Esses monitoramentos permitem ainda avaliar o impacto em populações com a capacidade de dispersão limitada se comparados com outros grupos de vertebrados terrestres como aves e mamíferos.
Além da baixa capacidade de dispersão, os anfíbios possuem pele altamente permeável e ocupam tanto hábitats aquáticos quanto terrestres, sendo mais sensíveis que outros vertebrados terrestres ao efeito de toxinas ou a padrões de alterações de temperatura e pluviosidade, assim potencialmente atuando como bioindicadores. Embora existam alguns levantamentos das comunidades de anfíbios em áreas de restinga, incluindo a restinga de Jurubatiba, tais estudos foram realizados somente através de métodos de busca ativa e/ou em um curto período de tempo, alguns restritos a três dias de coleta. Ainda que os resultados obtidos sejam positivos em termos de estimativa da riqueza de espécies de determinada região, existem determinados táxons que possuem baixa vagilidade e densidade populacional, ocupam substratos diversificados e são difíceis de capturar em curtos períodos de tempo, o que pode ocasionar uma subestimativa da riqueza local.
Outro aspecto relevante é que trabalhos referentes à dinâmica populacional destas comunidades, abordando diferentes aspectos da biologia e sazonalidade dos diferentes táxons, só podem ser inferidos a partir de estudos mais prolongados, os quais são praticamente inexistentes.
Sampling Description
Study Extent
Foram selecionadas três áreas inseridas no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, em região do município de Carapebus, RJ. Dentre as áreas selecionadas, a primeira, formação aberta de Clusia, encontra-se mais próxima à escarpa praial e foi definida por Araújo et al. (1998) como “vegetação arbustiva de Clusia”. É caracterizada por constituir conjuntos fragmentados de vegetação separados por faixas de areia nua e que recebe alta incidência solar e baixa disponibilidade de água doce. A zona definida como área intermediária foi também caracterizada por Araújo et al. (1998) e é definida como “arbustiva aberta de Ericaceae”. Apresenta fragmentos de vegetação irregulares e variados quanto ao tamanho. Situa-se entre a área de formação aberta de Clusia e a área de mata seca de restinga, sendo a zona mais próxima ao canal Campos-Macaé. A terceira área, mata seca de restinga, corresponde a uma faixa de mata mais densa e lenhosa que as demais, chegando a possuir árvores de grande porte, que proporcionam difícil acesso. A grande massa de material vegetal forma uma densa serapilheira. Se desenvolve em áreas com maior disponibilidade de água doce, geralmente nas proximidades de lagoas, brejos ou áreas periodicamente inundadas.Sampling
As expedições de campo têm sido realizadas trimestralmente, com duração de sete dias e sete noites. São aplicados dois métodos para amostragem de anfíbios nas áreas do Parque: armadilhas de interceptação e queda (pitfall traps) e Inventário Completo de Espécies (sensu Scott Jr. 2001). Foram escolhidos esses dois métodos por serem os mais efetivos para estimar a taxocenose de anfíbios em restingas (ROCHA et al. 2004). Tanto na área intermediária quanto na área de “vegetação arbustiva de Clusia”, foram instalados sete conjuntos de armadilhas de interceptação e queda em forma de “Y”. Tais conjuntos de armadilhas são compostos por quatro baldes de 60 litros cada, sendo três baldes dispostos nas extremidades e um no centro do conjunto, distantes cerca de 5 m uns dos outros. Entre os baldes, foram instaladas cercas-guia de lona. Na área de formação de mata seca de restinga a disposição das armadilhas foi modificada desse padrão geral. Nela, foram dispostas cinco armadilhas em “Y” com quatro baldes cada e uma armadilha em linha, com oito baldes, totalizando os mesmos 28 baldes por área que foram dispostos nas outras duas regiões amostradas. A armadilha foi disposta em linha a fim de potencializar a amostragem de diferentes microhabitats em um determinado ponto, limítrofe entre área alagável periodicamente e área de mata seca de restinga. Foram instalados 84 baldes no total. As armadilhas de interceptação e queda são abertas na primeira manhã de amostragem e permanecem abertas por sete noites consecutivas, sendo vistoriadas todas as manhãs para verificação dos animais capturados. Após as sete noites, os baldes das armadilhas são fechados até a próxima campanha de amostragem. O outro método adotado para o monitoramento de anfíbios do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba é o Inventário Completo de Espécies. Seguindo esse método, são realizadas incursões noturnas às áreas do Parque, com duração de duas horas cada, por sete noites consecutivas. Têm sido amostrados os mesmos oito pontos em sete noites consecutivas. Desses pontos, dois estão situados em área de mata seca de restinga, quatro na formação arbustiva de Clusia e dois na área intermediária. O esforço amostral da busca ativa totaliza até o momento mais de 140 horas/pesquisador. Adicionalmente, foram amostrados irregularmente 26 áreas extras.Method steps
- Os espécimes coletados (adultos e girinos) são fotografados, mortos por sobredose de anestésico e devidamente fixados em solução aquosa de formalina a 10%. Após sete dias, são transferidos para álcool 70% a fim de serem mantidos preservados em via líquida. Posteriormente, os exemplares coletados foram depositados na coleção do Setor de Herpetologia, Departamento de Vertebrados do Museu Nacional / Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN/UFRJ).
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